segunda-feira, 31 de maio de 2010

em poucas dias

Bem poucos dias, em e eu acho que meu corpo é apenas recuperar as picadas que eu recebi do maribonda, ainda dorido e mais durante a noite, o calor e os mosquitos parecem desempenhar nas áreas já inchado de pele, mas é melhor ea rigidez dos músculos como foi. Eu ainda estou esperando por mais alguns materiais a serem entregues, o telhado é uma recuperação, mas não terminou o apartamento ainda está a receber o mesmo tratamento. Antes de partir para França, eu tinha disse sobre o lixo que tem vindo a recolher em todo o lugar, agora mais afastadas ou ido com as marés como o mar limpa, onde os humanos não fazem. O aspecto geral de Jauá é um pouco triste, sempre o caso quando tinhas poucas pessoas e pouco sol, o inverno aqui é a falta de festa, tanto quanto qualquer outra coisa.
Sam me enviou este lembrete de nossa promessa pré França para tentar fazer algo para reduzir a quantidade de lixo que é descartado nas praias durante o verão e carnaval. O Brasil possui muitas coisas, mas o problema do lixo que mantém a si mesmo, mesmo o turista raramente vê a extensão do problema, a falta de higiene e falta de motivação por meio da educação são duas as causas do problema, mas assim é a economia que está em expansão fazer da reciclagem um divertimento caro e já não vai ajudar os pobres. Este artigo faz algumas brasiliano o problema, o desejo de desfrutar a si mesmo, mas de uma maneira que outros abusos e para o ambiente.

O fundo da folia

Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área.

O fundo da folia

Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas metálicas e garrafas plásticas.

O fundo da folia

Da superfície o visual parecia com as imagens áreas que vemos dos blocos de carnaval durante a festa momesca. Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.

O fundo da folia

Assustados, decidimos não retirar o material naquele dia na esperança de tentar sensibilizar algum veículo de comunicação para fazer uma matéria com imagens subaquáticas. A intenção era compartilhar aquela agressão carnavalesca com nossa população e os donos da folia.

O fundo da folia

Fizemos contato com pelo menos três emissoras e todas pediram que enviássemos e-mails com fotos, o que fizemos imediatamente. Aguardamos respostas por dois dias e como não tivemos qualquer retorno, optamos por retirar o lixão de lá para evitar maiores danos.

O fundo da folia

A bem da verdade estávamos super desconfortáveis com nossas consciências por termos testemunhado aquela cena e deixado para resolver o problema dias após. Mas tínhamos que tentar a matéria para que a ação não se resumisse somente à coleta do material.

O fundo da folia

O fundo da folia

Tínhamos em mente que a repercussão sensibilizaria os empresários e artistas do carnaval, os órgão públicos, a imprensa, as empresas financiadoras e nossa gente. A tentativa foi boa, mas não rolou…

O fundo da folia

Fomos então, no terceiro dia após o primeiro mergulho, retirar o material. Antes, porém, fiz questão de chamar um amigo que tem uma caixa estanque para filmarmos a ação e guardarmos o documentário visando trabalhos futuros e até mesmo a matéria que queríamos na TV.

O fundo da folia

Sem cilindro de ar e contando apenas com duas pranchas de SUP (Stand Up Paddle) e alguns sacos grandes, éramos quatro mergulhadores ousados retirando do fundo do mar tudo o que podíamos naquela tarde.

O fundo da folia

O fundo da folia

O fundo da folia

Pouco antes de o sol se pôr conseguimos finalmente colocar todo o lixo na calçada.
Muitos curiosos, inclusive turistas, olhavam intrigados a nossa atitude e a todo o instante nos questionavam sobre a origem daquele resíduo. A resposta estava na ponta da língua: Carnaval!

O fundo da folia

Vou logo informando aos amigos leitores que não sou contra o carnaval, muito pelo contrário, sou fã por diversos motivos, mas acho que a realidade da festa não guarda a menor relação com as belíssimas cenas, as informações rasgadas de elogios e a excessiva euforia amplamente divulgada pela mídia.
Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade.
Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso. Pior, patrocinado solidariamente pelos grandes empresários, artistas e principalmente pelo poder público que tem o dever de melhorar nossa segurança, nossa saúde e educação.

O fundo da folia

O fundo da folia

O fundo da folia

Aproveito o embalo para incluir indignação semelhante sobre os eventos realizados na praia do Porto da Barra durante o verão.
O “Música no Porto” e o “Espicha Verão” não tem trazido nada de bom para nossa cidade, além da oportunidade de vermos ótimos artistas de perto e de graça. De resto, o lixo, o mau cheiro, a degradação ambiental, o xixi pelas ruas, a impressionante quantidade de ambulantes amontoados por todos os espaços públicos e a agressão aos patrimônios históricos, são um grande “pé na bunda” do turista de qualidade.

Espicha Verão. Foto: Manuela Cavadas / Agência A Tarde

Show de Juan e Ravena começou cedo para público que estava na   praia. Manuela Cavadas / Agência A Tarde

Show de Jussara Silveira foi um dos mais esperados da noite pelo   público. Luciano da Matta /  Agência A Tarde

É o mesmo que olhar para uma bela maçã com a casca brilhante e aspecto suculento, porém, apodrecida por dentro…
Naquele final de tarde acabamos contemplando um por do sol diferente. O monte de lixo empilhado na calçada do Farol da Barra virou atração. E como Deus é grande, fomos brindados com a presença de valorosos catadores de rua para finalizar a limpeza.

O fundo da folia

Desta ação, além das ótimas imagens documentadas em vídeo, resta rezar para que os donos do carnaval, dos eventos no Porto da Barra e nossos queridos foliões se toquem que algo tem que mudar.

O fundo da  folia

O fundo do mar não merece aquele bloco reluzente e, ao contrário do asfalto, o oceano costuma revidar violentamente as agressões sofridas.
Não tem alegria alguma no fundo da folia!

O fundo da folia

Galeria de fotos
Slideshow
Fotos: Francisco Pedro / Projeto Lixo Marinho - Global Garbage Brasil
Fotos do Espicha Verão: Manuela Cavadas e Luciano da Matta / Agência A Tarde

Samantha Nery Grimaldi

Bióloga
http://www.atualidadesbio.blogspot.com/